terça-feira, 17 de abril de 2012

Até o Fim do Mundo


Roteiro realizado em Agosto/2008

Quando planejamos o roteiro, decidimos que ficaríamos poucos dias em Buenos Aires, pois nosso objetivo principal seria conhecer o "Fim do Mundo" e esquiar, afinal BA seria um destino mais fácil para voltarmos em outra oportunidade (até agora não voltamos!). Assim mesmo, ficamos 2 dias e fizemos os passeios clássicos... Casa Rosada, Obelisco, Rua Florida, Recoleta, Porto Madero, etc.

Casa Rosada na Plaza de Mayo.

Ficamos no Hotel Dolmen, super bem localizado na região central o que facilitou nosso passeio a pé no primeiro dia. Almoçamos no restaurante La Churrasquita, onde comemos muuuita carne – é claro! - e estava sensacional! Depois encontramos o resto da trupe* e fomos caminhar. Visitamos o Obelisco, a Casa Rosada, assistimos a uma filmagem que estava rolando numa das avenidas da cidade e terminamos o dia no Café Tortoni.


Café Tortoni.

À noite fomos jantar no Porto Madero no restaurante Estilo Campo, que foi recomendado por um amigo, mas não achamos tudo isso. O ambiente é bem aconchegante, o preço é alto e só podemos dizer que comemos melhor no almoço...


Pelas ruas de Buenos Aires (City Tour).

No dia seguinte fizemos um city tour de ônibus com direito a parada no Cemitério da Recoleta - os caixões ficam expostos ao invés de enterrados - onde o Manoéo, junto com um amigo que fez na hora, aventurou-se por dentro de uma das tumbas que estava aberta. Almoçamos ali por perto num restaurante recomendado pelo tour, que por sinal estava bom, mas não lembramos o nome! Passamos por La Bombonera, paramos no El Caminito, além de passar por outras áreas da cidade. Buenos Aires é uma cidade muito bonita, pelo menos de dia...

El Caminito.

À noite a caminhada foi em busca da Buller (cervejaria artesanal) e ficamos um tanto chocados com a sujeira. Sacos de lixo revirados por todas as ruas. Uma tristeza... Mas a cervejaria é nota dez! Comida excelente, cerveja boa... E apesar do frio cortante, os fumantes estavam do lado de fora! :)

Antes de chegar definitivamente ao "Fim do Mundo", passamos por El Calafate para conhecer as geleiras - dica garimpada em diversos blogs sobre viagens!

Nos hospedamos no America del Sur Hostel que fica bem na entrada da cidade, a uma pequena caminhada do centro. Ficamos numa suite privativa, pequena, mas bem ajeitada. O hostel tem piso aquecido, uma área comum super acolhedora, o staff é jovem e super atencioso! Recomendamos com louvor!

Nesta noite, estávamos cansados e decidimos ficar por lá mesmo, bebendo e batendo papo com outros hóspedes. Na hora da fome, pedimos empanadas (delivery) e ficamos por ali mesmo, na companhia de um outro casal de brasileiros e outras figuras variadas que passaram pela área. Uma delícia! Pena que não tiramos fotos!

Chegando em El Calafate (vista da janela do avião).

No dia seguinte fizemos, conforme recomendações, o passeio que incluía uma caminhada sobre o Glaciar Perito Moreno. O pessoal da recepção já havia feito nossa reserva para o mini-trekking (2h de duração) e uma van foi nos buscar, bem cedo, para nos levar até o ponto de encontro de onde sairia o ônibus que nos levaria até o Parque Nacional Los Glaciares. No caminho pudemos ver que na cidade há vários hotéis boutique e que a paisagem é bem árida!

Aguardando o barco na beira do Lago Argentino.

Saindo no barco em direção à margem oposta do lago
Glaciar Perito Moreno ao fundo.

Chegando ao parque, pegamos um barco para atravessar o Lago Argentino e nos preparar para a caminhada sobre a montanha de gelo. Na outra margem, há um refúgio – uma cabana com banheiros e infra para os aventureiros - onde acontece uma primeira aula sobre o glaciar (como é formado, dados numéricos e estatísticos, etc). Logo descobrimos que fomos agraciados com a sorte do tempo bom, pois o parque ficou fechado por dias, até o dia anterior, devido a nevascas. Havia algumas nuvens esparsas e o sol estava quente! Foi perfeito!

Caminhando do refúgio até o ponto de preparação.

Preparação: calçando os grampões.

Dali o grupo é subdividido e vamos para a próxiam etapa que é a colocação dos grampões nos pés para poder caminhar com firmeza sobre o gelo. Depois de mais algumas orientações como seguir o guia, cuidado com os buracos, etc, saímos para a imensidão azul! É... Azul...

Caminhando sobre a imensidão azul...

O Manoéo foi ver se a água era mesmo gelada... rs!

É a paisagem mais maravilhosa que já vimos na vida! Uma imensidão de gelo e água, com uma dinâmica própria... Simplesmente incrível! À medida que caminhávamos pelo gelo, escutávamos aqui e acolá, uns estrondos como trovões! Conforme nos explicaram, são pedaços de gelo que se desprendem no meio do glaciar, do mesmo jeito que acontece nas bordas, pois o glaciar está em constante avanço. Além disso, o gelo superficial que derrete com o sol, forma pequenos lagos e canais subterrâneos por onde a água gelada é escoada até o lago. Muito louco! E no final do tour, uma dose de bourbon com gelo do glaciar!

Vista do paredão de gelo do Perito Moreno.

Uma dose de bourbon com gelo do glaciar.

A volta ao refúgio é por uma trilha por terra. O passeio de barco na volta é um pouco mais próximo ao paredão de gelo, mas a uma distância segura para evitar acidentes, já que pedaços se desprendem a todo momento e, conforme o tamanho, podem gerar ondas gigantescas. 

Aviso na margem do lago: advertência sobre o perigo das
ondas causadas pelo despendimento de pedaços do glaciar.

De volta ao ônibus, a próxima parada são as passarelas do parque de onde se avista o glaciar de frente e pelo alto. Mais uma vista indescritível! Só dá pra pensar que a natureza é mesmo impressionante! Deste ponto ficamos por algum tempo esperando o desprendimento de pedaços de gelo e admirando a vista fantástica!

Vista do Glaciar Perito Moreno pelas passarelas do parque.

Painel com dados sobre o glaciar: aprox. 14km de extensão
e 55m de altura fora da água (submerso são mais de 100m).

Nesta noite saímos para jantar com o casal de brasileiros que conhecemos no hostel. O restaurante era simpático, mas a comida era bem normal. Nada demais... Infelizmente não lembramos o nome do lugar. Na manhã seguinte partiríamos para Ushuaia na província da Terra do Fogo: o Fim do Mundo.


Vista de Ushuaia pela janela do salão de café do Lennox Hotel

O primeiro dia foi de chegada e reconhecimento. Fizemos o checkin no Lennox Hotel que é excelente, mas não é uma opção barata. Depois fomos dar uma volta pela cidade e a primeira coisa que notamos foi o vento gelado! Resolvemos fazer um lanche e tomar uma cervejinha: paramos no Tante Sara Cafe & Bar e foi ótimo, tanto que voltamos lá no outro dia!


Outra vista de Ushuaia pela janela do salão de café do Lennox Hotel.

De volta ao hotel para um breve descanso, banho e preparação para sairmos para jantar no Bodegón Fueguino com a trupe* completa, além de novos amigos que a irmã da Va fez pelo caminho. O restaurante é familiar, o serviço é fantástico e a comida é excelente! Tomamos chope artesanal local Beagle. Foi uma festa! Dali fomos comemorar o aniversário de um dos nossos novos amigos no pub Dublin que estava vazio, mas foi bem divertido e alcoólico!


Vista de uma das pistas do complexo Cerro Castor.

O segundo dia foi dedicado ao esqui no Cerro Castor. O dia do esqui é um dia estranho porque vai cada um para um lado. rs... Além disso, o tempo não estava muito bom, a neve estava dura e o vento forte e gelado! A Va, marinheira de primeira viagem, foi para a aula de esqui. Tomou um tombo atrás do outro, coitada... Segundo o instrutor, pelo menos aprendeu a cair sem se quebrar! O Manoéo fez uma aula de snowboard e saiu atrás do concunhado pelas pistas do complexo. Nos encontramos algumas vezes no refúgio próximo ao lift nas pausas eventuais de cada um!


Refúgio ao lado do 1º lift do complexo Cerro Castor.

A pista de Cerro Castor é muito boa, com várias pistas para cada grau de dificuldade e a grande vantagem de ter a maior época para esquiar do hemisfério sul! Além deste complexo, Ushuaia conta com outra pista mais próxima da cidade, o centro Glaciar Martial. Bem simples, fácil e indicadíssima para iniciantes pois as aulas são muito mais baratas!
No terceiro dia fomos ao Parque Nacional Tierra del Fuego para fazer o passeio no "Tren del Fin del Mundo" que foi originalmente instalado para transportar material e mão de obra para o presídio que fora construído ali. Se você cansar de esquiar, vale a pena.


Locomotiva à vapor do Trem do Fim do Mundo.

Dizem que o passeio é mais interessante no verão, pois pode-se observar a vida selvagem - aparentemente, pelas fotos disponíveis no site, é verdade! Há várias opções de passeio, e optamos pelo mais completo que além do trajeto no trem, incluía um tour em micro-ônibus pelo restante do parque (Lago Roca e Bahia Lapataia).


Parada para um chocolate quente - incluído no passeio.

Manoéo fazendo graça...

No final do trajeto, mudamos de meio de transporte e seguimos de ônibus para o Lago Roca, depois paramos para um café com uma vista incrível para o lago.
Lago Roca.

Manoéo testando - novamente - a temperatura da água
que estava com uma camada bem fina de gelo.

Seguimos então para a Bahia Lapataia que é o final da estrada "Ruta 3", portanto, o fim do mundo (ao sul).


Bahia Lapataia - Será que estava frio?

Você está aqui!

Depois voltamos para a cidade e pegamos um passeio de barco pelo Canal Beagle. Há vários trajetos e escolhemos o que incluía Isla de los Lobos (leões marinhos), Isla de los Pájaros e Faro les Eclaireurs. Deixamos de lado a Pinguinera pois os pinguins só estão por lá durante o verão. Cada trajeto tem um preço e vale sempre pechinchar!


Faro les Eclaireurs - Canal Beagle.

Cormorões Reais na Isla de los Pájaros - Canal Beagle.

Isla de los Lobos - Quando o barco deu a volta que pegamos o vento na
direção contrária... Quase morremos asfixiados com o cheiro desagradável!

Os demais dias foram de esqui para a maioria: o Manoéo foi aprender um pouco mais de snowboard na pista do Glaciar Martial enquanto sua mãe tomava uns tombos no esqui! A Va que não ficou muito fã de levar tombos foi passear com parte da trupe. Andou de motoneve com o cunhado (Léo) no "guidão", que (espírito de porco como é) quase mata a Va do coração. Mas foi divertido!


Passeio de motoneve.

Depois um passeio pela cidade e almoço no La Cantina Fueguina de Freddy que tinha um aquário de Centollas (king crab) na vitrine! E uma comida deliciosa... e é tudo que a Va lembra! No fim, voltou lá com o Manoéo para comer um prato com centolla - o bicho inteiro serve muita gente e é bem caro.
Caçarola de frutos do mar.

Centollhas na vitrine da Cantina do Freddy.

A noite jantamos no Ramos Generales - El Almacen que é um armazém antigo transformado em bar-café-padaria e fica na orla do Canal de Beagle. O lugar é super aconchegante e cheio de relíquias da época em que funcionou como armazém (fundado em 1906). Frios, sanduíches, massas e doces muito gostosos. Tomamos a cerveja local Cape Horn (3 tipos) e outras biritas. Ah! A decoração do banheiro era bem legal! rs...


Interior do Ramos Generales.

Suspiro "pinguim" do Ramos Generales.

No último dia, os skiers foram para o topo da montanha acompanhar o treino da seleção olímpica de esportes de inverno do Canadá que estava treinando no Cerro Castor. A neve estava fofa e foi o melhor dia de esqui! A Va ficou pela cidade passeando e aproveitou para ir ao Museo del Fin del Mundo que é dedicado aos povos indígenas, a natureza, a história local, mas não é um passeio obrigatório. Vá lá apenas se você não tiver outra coisa para fazer!


Manoéo após tombo com snowboard.

A Va também foi ao Museo Marítimo e Museo del Presidio que é um complexo de museus e salas de exposição, instalado no edifício que abrigava o antigo presídio. Esse vale a pena visitar, principalmente para os "meninos" (rs!). Não era permitido tirar fotos, mas o site é bem completo!


Ushuaia - fin del mundo.

Para finalizar, vale lembrar que Ushuaia tem a temporada mais longa de esqui da América do Sul, venta bastante e faz muuuito frio! E olha que estivemos lá no fim de Agosto!


Próxima parada: La bella Italia!


*Nesta viagem estávamos em companhia da irmã da Va com o marido; mãe, pai e irmão (Léo) do Manoéo, um grande amigo nosso e um casal de amigos dos pais do Manoéo.

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