segunda-feira, 30 de abril de 2012

15 dias na Itália - O básico


Roteiro realizado em Ago-Set/2011

Achamos melhor dividir esta viagem em vários posts para facilitar a leitura. Assim sendo... Vamos lá!

Esta foi a primeira vez do Manoéo na Europa e por preferência dele, o foco foi a Itália - sugestão que a Va aceitou de cara, já que daquele país ela só conhecia Milão. O roteiro foi exaustivamente estudado e ficou definido que passaríamos por Veneza, Florença, Pisa, Cinque Terre e Roma. Acabamos acrescentando também Nápoles, pois tínhamos tempo suficiente e queríamos ir a Pompéia.

Roteiro Itália 2011 (Google Maps)

AÉREO: Por indicação de um amigo, voamos até Barcelona pela Singapore Airlines (US$950/pax) que, na época, era a tarifa com melhor custo-benefício. O serviço foi fantástico! Nem parecia que estávamos voando de classe econômica! Assentos confortáveis e espaçosos, refeições deliciosas, bebidas à vontade e lanches nos intervalos entre refeições, caso a fome chegasse antes da hora. Uma maravilha! Altamente recomendado. Aproveitamos para ficar 3 dias na cidade. De lá voamos para Veneza e voltamos por Nápoles pela Iberia (US$160/pax pela Decolar).

TERRESTRE: Seguindo as dicas garimpadas em diversos blogs e guias de viagem, optamos por nos deslocar de trem, que se confirmou ser bem fácil e barato. Compramos todos os tickets pelo site da Trenitalia, ainda no Brasil. A maioria dos bilhetes já levamos impressos, mas alguns precisamos trocar por bilhetes nas estações.  Também é possível comprar os bilhetes na hora, em máquinas de auto-atendimento, se você for com roteiro flexível ou indefinido. Muito importante: lembre-se sempre de validar sua passagem (convalida biglietti) nas maquinetas amarelas, localizadas normalmente na entrada das plataformas (binario), antes de embarcar. Caso contrário, multa! E vale observar que todos os trens foram pontualíssimos!

Estação de trem em Cinque Terre.

HOSPEDAGEM: Fizemos todas as reservas pelo site do Hostel World (dica do amigo Samuca). O serviço realmente funciona, mas é trabalhoso, pois é importante ler bem as avaliações registradas no site. Fique atento para as informações de "infra" do quarto, principalmente ar condicionado e/ou aquecimento - se ficar na dúvida, mande um email! A localização é um fator importantíssimo! Pode valer a pena pagar um pouco mais caro para ficar na região central, próximo a estações de trem e metrô. Se você quer ter a oportunidade de conhecer outras pessoas - predominantemente jovens - prefira os hostels (albergues), principalmente aqueles com áreas de uso comum onde as pessoas se reúnam para bater papo, beber e comer.

Roma - A Cidade Eterna.

ALIMENTAÇÃO: Peça sempre o vinho da casa: são bons e "baratex"! Água e pão sempre são servidos antes de qualquer coisa - mesmo que você não peça! A primeira pergunta assim que você se acomoda é sempre a mesma: Naturale o gasata (com gás)?  A faca é um acessório que só lhe será trazido se você pedir algum prato que precise ser realmente cortado! Do contrário, usa-se o garfo e o pão! As refeições são fartas, tente não pedir todos os pratos porque é exagero! A não ser que você opte pelo "menu turistico" que, dependendo do caso, pode ser uma boa opção, principalmente se a fome for grande e a grana apertar.

Além disso, a sequência é diferente do que estamos acostumados... Primeiro antipasti (entrada - opcional), depois primo piato que normalmente é uma massa ou risoto, depois secondi piato que é a proteína (carnes, peixes, etc) e pode ser acompanhada de um contorni (salada e/ou vegetais). Depois você pode pedir dolci (sobremesa), formaggi (queijos) e/ou frutta (frutas da época)! E por fim, para quem gosta, tem o espresso que é maravilhoso em qualquer esquina italiana! E haja espaço no estômago!

Descubra quais são os pratos típicos dos lugares por onde for passar. A culinária italiana é riquíssima e cada lugar tem suas especialidades. Sendo curioso, vai descobrir maravilhas e mais coisas em comum com a nossa culinária do que você imagina! Além disso, a comida faz parte da cultura!  Além das dicas de guias e blogs, peça sempre indicação aos nativos, pois pode encontrar ótimas opções, senão as melhores, fora do circuito turístico!

Vários tipos de suspiros na vitrine de uma pastisserie em Veneza

Tome gelato, muito gelato! Em toda gelateria que aparecer pelo caminho! O sorvete italiano é tudo de bom! Especialmente os de stracciatella e pistachio! E se gostar de café, abuse do espresso e do cappuccino!

PASSEIOS: Nos museus e atrações que disponibilizam audio guide, alugue! Na maioria dos casos, principalmente nas ruínas (Ex.: Forum Romano - Roma), é imprescindível! Vá, preferencialmente, de tênis ou outro tipo de calçado próprio para caminhar e prepare as panturrilhas! Leve sempre uma garrafa de água na bolsa/mochila, pois dá para enchê-la em fontes de água potável pelo caminho. Nas igrejas NÃO é permitido entrar de short, saia curta e ombros à mostra, portanto, se sair com roupas deste tipo, leve na bolsa/mochila alguma coisa que possa colocar por cima (canga, xales, etc). Informe-se se há passes ou cartões de benefícios para turistas (Ex.: Roma Pass, Venice Card, etc), pois além de descontos, eles podem dar vantagens como não pegar filas em algumas atrações. Mas verifique se vale à pena de acordo com a quantidade de dias que for ficar na cidade.

BAGAGEM: "Pack light!" O ideal é que a sua bagagem pese até 10kg, assim não precisará despachá-la, além de ficar prático para carregar, se você pretende usar o transporte público e economizar o dinheiro do táxi. Ah! Essa dica é ainda mais valiosa se você for à Veneza e se hospedar lá. Há muitas escadarias, pontes e becos por onde terá de passar com a bagagem a tiracolo. Nós levamos uma mochila cada um, além de uma menor para usar nos passeios.

Os banheiros públicos são pagos ($1), pois são mantidos limpos e organizados!

Para finalizar, ficamos muito bem impressionados com o tratamento e atendimento que recebemos dos italianos por onde passamos. Não sei se o fato de nos comunicarmos mais ou menos em italiano ajudou, mas fomos bem tratados! Ah! Acostume-se a usar as seguintes palavras: signore/a (senhor/a), per favore (por favor), con permesso (com licença) e grazie (obrigado/a) - elas podem fazer toda a diferença! Mais detalhes nos próximos
posts.

Buon viaggio!

OBS.: Os valores representados com um "$" são em EUROS e as diárias dos hotéis são para quartos duplos e privativos (suítes).

terça-feira, 17 de abril de 2012

Até o Fim do Mundo


Roteiro realizado em Agosto/2008

Quando planejamos o roteiro, decidimos que ficaríamos poucos dias em Buenos Aires, pois nosso objetivo principal seria conhecer o "Fim do Mundo" e esquiar, afinal BA seria um destino mais fácil para voltarmos em outra oportunidade (até agora não voltamos!). Assim mesmo, ficamos 2 dias e fizemos os passeios clássicos... Casa Rosada, Obelisco, Rua Florida, Recoleta, Porto Madero, etc.

Casa Rosada na Plaza de Mayo.

Ficamos no Hotel Dolmen, super bem localizado na região central o que facilitou nosso passeio a pé no primeiro dia. Almoçamos no restaurante La Churrasquita, onde comemos muuuita carne – é claro! - e estava sensacional! Depois encontramos o resto da trupe* e fomos caminhar. Visitamos o Obelisco, a Casa Rosada, assistimos a uma filmagem que estava rolando numa das avenidas da cidade e terminamos o dia no Café Tortoni.


Café Tortoni.

À noite fomos jantar no Porto Madero no restaurante Estilo Campo, que foi recomendado por um amigo, mas não achamos tudo isso. O ambiente é bem aconchegante, o preço é alto e só podemos dizer que comemos melhor no almoço...


Pelas ruas de Buenos Aires (City Tour).

No dia seguinte fizemos um city tour de ônibus com direito a parada no Cemitério da Recoleta - os caixões ficam expostos ao invés de enterrados - onde o Manoéo, junto com um amigo que fez na hora, aventurou-se por dentro de uma das tumbas que estava aberta. Almoçamos ali por perto num restaurante recomendado pelo tour, que por sinal estava bom, mas não lembramos o nome! Passamos por La Bombonera, paramos no El Caminito, além de passar por outras áreas da cidade. Buenos Aires é uma cidade muito bonita, pelo menos de dia...

El Caminito.

À noite a caminhada foi em busca da Buller (cervejaria artesanal) e ficamos um tanto chocados com a sujeira. Sacos de lixo revirados por todas as ruas. Uma tristeza... Mas a cervejaria é nota dez! Comida excelente, cerveja boa... E apesar do frio cortante, os fumantes estavam do lado de fora! :)

Antes de chegar definitivamente ao "Fim do Mundo", passamos por El Calafate para conhecer as geleiras - dica garimpada em diversos blogs sobre viagens!

Nos hospedamos no America del Sur Hostel que fica bem na entrada da cidade, a uma pequena caminhada do centro. Ficamos numa suite privativa, pequena, mas bem ajeitada. O hostel tem piso aquecido, uma área comum super acolhedora, o staff é jovem e super atencioso! Recomendamos com louvor!

Nesta noite, estávamos cansados e decidimos ficar por lá mesmo, bebendo e batendo papo com outros hóspedes. Na hora da fome, pedimos empanadas (delivery) e ficamos por ali mesmo, na companhia de um outro casal de brasileiros e outras figuras variadas que passaram pela área. Uma delícia! Pena que não tiramos fotos!

Chegando em El Calafate (vista da janela do avião).

No dia seguinte fizemos, conforme recomendações, o passeio que incluía uma caminhada sobre o Glaciar Perito Moreno. O pessoal da recepção já havia feito nossa reserva para o mini-trekking (2h de duração) e uma van foi nos buscar, bem cedo, para nos levar até o ponto de encontro de onde sairia o ônibus que nos levaria até o Parque Nacional Los Glaciares. No caminho pudemos ver que na cidade há vários hotéis boutique e que a paisagem é bem árida!

Aguardando o barco na beira do Lago Argentino.

Saindo no barco em direção à margem oposta do lago
Glaciar Perito Moreno ao fundo.

Chegando ao parque, pegamos um barco para atravessar o Lago Argentino e nos preparar para a caminhada sobre a montanha de gelo. Na outra margem, há um refúgio – uma cabana com banheiros e infra para os aventureiros - onde acontece uma primeira aula sobre o glaciar (como é formado, dados numéricos e estatísticos, etc). Logo descobrimos que fomos agraciados com a sorte do tempo bom, pois o parque ficou fechado por dias, até o dia anterior, devido a nevascas. Havia algumas nuvens esparsas e o sol estava quente! Foi perfeito!

Caminhando do refúgio até o ponto de preparação.

Preparação: calçando os grampões.

Dali o grupo é subdividido e vamos para a próxiam etapa que é a colocação dos grampões nos pés para poder caminhar com firmeza sobre o gelo. Depois de mais algumas orientações como seguir o guia, cuidado com os buracos, etc, saímos para a imensidão azul! É... Azul...

Caminhando sobre a imensidão azul...

O Manoéo foi ver se a água era mesmo gelada... rs!

É a paisagem mais maravilhosa que já vimos na vida! Uma imensidão de gelo e água, com uma dinâmica própria... Simplesmente incrível! À medida que caminhávamos pelo gelo, escutávamos aqui e acolá, uns estrondos como trovões! Conforme nos explicaram, são pedaços de gelo que se desprendem no meio do glaciar, do mesmo jeito que acontece nas bordas, pois o glaciar está em constante avanço. Além disso, o gelo superficial que derrete com o sol, forma pequenos lagos e canais subterrâneos por onde a água gelada é escoada até o lago. Muito louco! E no final do tour, uma dose de bourbon com gelo do glaciar!

Vista do paredão de gelo do Perito Moreno.

Uma dose de bourbon com gelo do glaciar.

A volta ao refúgio é por uma trilha por terra. O passeio de barco na volta é um pouco mais próximo ao paredão de gelo, mas a uma distância segura para evitar acidentes, já que pedaços se desprendem a todo momento e, conforme o tamanho, podem gerar ondas gigantescas. 

Aviso na margem do lago: advertência sobre o perigo das
ondas causadas pelo despendimento de pedaços do glaciar.

De volta ao ônibus, a próxima parada são as passarelas do parque de onde se avista o glaciar de frente e pelo alto. Mais uma vista indescritível! Só dá pra pensar que a natureza é mesmo impressionante! Deste ponto ficamos por algum tempo esperando o desprendimento de pedaços de gelo e admirando a vista fantástica!

Vista do Glaciar Perito Moreno pelas passarelas do parque.

Painel com dados sobre o glaciar: aprox. 14km de extensão
e 55m de altura fora da água (submerso são mais de 100m).

Nesta noite saímos para jantar com o casal de brasileiros que conhecemos no hostel. O restaurante era simpático, mas a comida era bem normal. Nada demais... Infelizmente não lembramos o nome do lugar. Na manhã seguinte partiríamos para Ushuaia na província da Terra do Fogo: o Fim do Mundo.


Vista de Ushuaia pela janela do salão de café do Lennox Hotel

O primeiro dia foi de chegada e reconhecimento. Fizemos o checkin no Lennox Hotel que é excelente, mas não é uma opção barata. Depois fomos dar uma volta pela cidade e a primeira coisa que notamos foi o vento gelado! Resolvemos fazer um lanche e tomar uma cervejinha: paramos no Tante Sara Cafe & Bar e foi ótimo, tanto que voltamos lá no outro dia!


Outra vista de Ushuaia pela janela do salão de café do Lennox Hotel.

De volta ao hotel para um breve descanso, banho e preparação para sairmos para jantar no Bodegón Fueguino com a trupe* completa, além de novos amigos que a irmã da Va fez pelo caminho. O restaurante é familiar, o serviço é fantástico e a comida é excelente! Tomamos chope artesanal local Beagle. Foi uma festa! Dali fomos comemorar o aniversário de um dos nossos novos amigos no pub Dublin que estava vazio, mas foi bem divertido e alcoólico!


Vista de uma das pistas do complexo Cerro Castor.

O segundo dia foi dedicado ao esqui no Cerro Castor. O dia do esqui é um dia estranho porque vai cada um para um lado. rs... Além disso, o tempo não estava muito bom, a neve estava dura e o vento forte e gelado! A Va, marinheira de primeira viagem, foi para a aula de esqui. Tomou um tombo atrás do outro, coitada... Segundo o instrutor, pelo menos aprendeu a cair sem se quebrar! O Manoéo fez uma aula de snowboard e saiu atrás do concunhado pelas pistas do complexo. Nos encontramos algumas vezes no refúgio próximo ao lift nas pausas eventuais de cada um!


Refúgio ao lado do 1º lift do complexo Cerro Castor.

A pista de Cerro Castor é muito boa, com várias pistas para cada grau de dificuldade e a grande vantagem de ter a maior época para esquiar do hemisfério sul! Além deste complexo, Ushuaia conta com outra pista mais próxima da cidade, o centro Glaciar Martial. Bem simples, fácil e indicadíssima para iniciantes pois as aulas são muito mais baratas!
No terceiro dia fomos ao Parque Nacional Tierra del Fuego para fazer o passeio no "Tren del Fin del Mundo" que foi originalmente instalado para transportar material e mão de obra para o presídio que fora construído ali. Se você cansar de esquiar, vale a pena.


Locomotiva à vapor do Trem do Fim do Mundo.

Dizem que o passeio é mais interessante no verão, pois pode-se observar a vida selvagem - aparentemente, pelas fotos disponíveis no site, é verdade! Há várias opções de passeio, e optamos pelo mais completo que além do trajeto no trem, incluía um tour em micro-ônibus pelo restante do parque (Lago Roca e Bahia Lapataia).


Parada para um chocolate quente - incluído no passeio.

Manoéo fazendo graça...

No final do trajeto, mudamos de meio de transporte e seguimos de ônibus para o Lago Roca, depois paramos para um café com uma vista incrível para o lago.
Lago Roca.

Manoéo testando - novamente - a temperatura da água
que estava com uma camada bem fina de gelo.

Seguimos então para a Bahia Lapataia que é o final da estrada "Ruta 3", portanto, o fim do mundo (ao sul).


Bahia Lapataia - Será que estava frio?

Você está aqui!

Depois voltamos para a cidade e pegamos um passeio de barco pelo Canal Beagle. Há vários trajetos e escolhemos o que incluía Isla de los Lobos (leões marinhos), Isla de los Pájaros e Faro les Eclaireurs. Deixamos de lado a Pinguinera pois os pinguins só estão por lá durante o verão. Cada trajeto tem um preço e vale sempre pechinchar!


Faro les Eclaireurs - Canal Beagle.

Cormorões Reais na Isla de los Pájaros - Canal Beagle.

Isla de los Lobos - Quando o barco deu a volta que pegamos o vento na
direção contrária... Quase morremos asfixiados com o cheiro desagradável!

Os demais dias foram de esqui para a maioria: o Manoéo foi aprender um pouco mais de snowboard na pista do Glaciar Martial enquanto sua mãe tomava uns tombos no esqui! A Va que não ficou muito fã de levar tombos foi passear com parte da trupe. Andou de motoneve com o cunhado (Léo) no "guidão", que (espírito de porco como é) quase mata a Va do coração. Mas foi divertido!


Passeio de motoneve.

Depois um passeio pela cidade e almoço no La Cantina Fueguina de Freddy que tinha um aquário de Centollas (king crab) na vitrine! E uma comida deliciosa... e é tudo que a Va lembra! No fim, voltou lá com o Manoéo para comer um prato com centolla - o bicho inteiro serve muita gente e é bem caro.
Caçarola de frutos do mar.

Centollhas na vitrine da Cantina do Freddy.

A noite jantamos no Ramos Generales - El Almacen que é um armazém antigo transformado em bar-café-padaria e fica na orla do Canal de Beagle. O lugar é super aconchegante e cheio de relíquias da época em que funcionou como armazém (fundado em 1906). Frios, sanduíches, massas e doces muito gostosos. Tomamos a cerveja local Cape Horn (3 tipos) e outras biritas. Ah! A decoração do banheiro era bem legal! rs...


Interior do Ramos Generales.

Suspiro "pinguim" do Ramos Generales.

No último dia, os skiers foram para o topo da montanha acompanhar o treino da seleção olímpica de esportes de inverno do Canadá que estava treinando no Cerro Castor. A neve estava fofa e foi o melhor dia de esqui! A Va ficou pela cidade passeando e aproveitou para ir ao Museo del Fin del Mundo que é dedicado aos povos indígenas, a natureza, a história local, mas não é um passeio obrigatório. Vá lá apenas se você não tiver outra coisa para fazer!


Manoéo após tombo com snowboard.

A Va também foi ao Museo Marítimo e Museo del Presidio que é um complexo de museus e salas de exposição, instalado no edifício que abrigava o antigo presídio. Esse vale a pena visitar, principalmente para os "meninos" (rs!). Não era permitido tirar fotos, mas o site é bem completo!


Ushuaia - fin del mundo.

Para finalizar, vale lembrar que Ushuaia tem a temporada mais longa de esqui da América do Sul, venta bastante e faz muuuito frio! E olha que estivemos lá no fim de Agosto!


Próxima parada: La bella Italia!


*Nesta viagem estávamos em companhia da irmã da Va com o marido; mãe, pai e irmão (Léo) do Manoéo, um grande amigo nosso e um casal de amigos dos pais do Manoéo.

domingo, 1 de abril de 2012

Fortaleza, CE a Pipa, RN de carro


Roteiro realizado em Outubro/2010

Fortaleza-CE era a base para o início da nossa jornada até Pipa-RN. Fomos de avião até lá e alugamos um carro. Como já conhecíamos a cidade, nosso primeiro objetivo foi descansar e preparar o espírito para os próximos 10 dias de férias.

De "papo pro ar" na Praia do Futuro - Fortaleza, CE

Primeira parada: Praia do Futuro. Apesar de ser o point de todo turista que vai a Fortaleza, fomos para lá mesmo pois a idéia era aproveitar a infra pra ficar literalmente de "papo pro ar". Passamos o dia na Barraca Marulho e almoçamos ali mesmo.

Camarão na toca

Comemos o Camarão na Toca, que são filés de camarão refogados com temperos especiais e servidos em purê de macaxeira gratinada. Sensacional! Curiosidade: Esse prato prato já rendeu ao restaurante o prêmio do Festival Brasil Sabor, promovido pela ABRASEL.

À noite jantamos uma lagosta fantástica no Vojnilô (nome em homenagem ao chef do Guaramares de Guarapari-ES). Mais tarde fomos finalizar a noite no clássico da Segunda-feira fortalezense: o forró do Pirata Bar na praia de Iracema, lugar lotado com serviço horrível, mas clássico é clássico.

No dia seguinte iniciamos nossa jornada seguindo para Morro Branco. Lá fizemos a caminhada no labirinto de falésias e descemos pela praia para visitar a Gruta da Mãe D'Água. Depois seguimos para Canoa Quebrada, onde ficamos decepcionados... As barracas foram crescendo e se amontoando todas na frente das falésias! Ou seja, quase não dá para vê-las! Além disso, a maré estava alta e não deu pra ver as lagoas naturais nos recifes...

Gruta da Mãe D'água

 Canoa Quebrada - praia

Seguimos para almoçar em Icapuí-CE, terra da lagosta. Paramos na única barraca que estava aberta na Praia Redonda e pedimos o prato da casa, lagosta assada com manteiga e alho, um prato bem simples mas saboroso e baratíssimo. 

Lagosta na manteiga e alho - Redonda - Icapuí, CE

Depois do almoço seguimos caminho, parando para ver as outras praias da região, todas com a mesma "cara": faixa de areia ladeada por falésias e coqueiros. Dormimos na Oh! Linda Pousada que fica no alto das falésias entre as praias Redonda e Peroba. A pousada é super confortável e o staff muito simpático e atencioso.

Praia Redonda - Icapuí, CE

No dia seguinte, após o café da manhã, pedimos dicas da região para o Sr. Geraldo que foi super detalhista e nos deu ótimas indicações para as próximas paradas.

Praia de Peroba - Icapuí, CE

Praia de Peroba - Icapuí, CE 

Seguimos parando de praia em praia (Peroba, Picos, Barreiras) e, conforme as recomendações recebidas, paramos na Barraca do Sr. João Velho na praia da Requenguela. Essa praia é super diferente das demais, pois há um vasto manguezal e a amplitude da maré é enorme, o que deixa a faixa de areia bem extensa durante a maré baixa.

Passarela da Estação Ecológica de Mangue Pequeno
Icapuí, CE

Como chegamos cedo, batemos um papo com o Sr. João que nos indicou fazer a caminhada na passarela da Estação Ecológica de Mangue Pequeno para aguardar a "hora do almoço".

Na volta, cervejinha gelada, mais papo com o Sr. João... E a dúvida cruel: quais pratos pedir? Já que nos interessamos por quase tudo do cardápio afixado na parede. Por sugestão do próprio, pedimos ½ moqueca de arraia, ½ moqueca de búzios, carros-chefe da casa, acompanhadas de farofa e baião de dois. Estava tudo fantástico! 

Moqueca de búzios e moqueca de arraia na
Barraca do Sr. João Velho em Icapuí, CE

Imaginem uma "comida de chef" numa barraca de praia super simples. Além dos temperos tradicionais (alho, cebola, tomate, pimentão e coentro), a moqueca de arraia levava também pimenta rosa! Estávamos satisfeitíssimos, mas como tudo estava tão gostoso, pedimos para experimentar um peixe frito regional... Ele nos trouxe uma porção! Que estava deliciosa e acabamos comendo tudo! Como vocês podem imaginar, saímos de lá entupidos, mas extremamente felizes! Estava tudo tão bom que nem vimos o tempo passar... Ah! Além de ter sido a melhor refeição da viagem, foi a mais barata também!

Cristais de sal

Dali saímos em direção a Ponta do Mel (Areia Branca, RN), passando por uma salina. As piscinas e os morros de sal são fascinantes, assim como pegar um cristal gigante de sal e cortar o pé caminhando por sobre as salinas - coisas do Manoéo. Seguimos pelas praias de Melancias e Melancias de Cima ainda no Ceará. 

Praia de Melancias - Icapuí, CE

Chegamos ao RN e a primeira parada foi Ponta do Mel. Dormimos numa pousada bem simples, pois já estava tarde e ficamos sem opção. Pelo que nos informaram, não havia muitas alternativas de restaurantes abertos a noite, assim acabamos por jantar na pousada mesmo. O jantar foi simples, mas absolutamente delicioso - a dona da pousada nos trouxe os peixes frescos que poderia preparar! Escolhida a vítima, pedimos que fosse assado na brasa.

Vista da praia pela varanda da pousada
em Ponta do Mel - Areia Branca, RN

O lugar é literalmente uma ponta de areia, numa enseada calma, onde venta MUITO! Deixamos uma fresta da janela aberta e quando acordamos tinha um montinho de areia em cima da outra cama do quarto. Não a toa, aconteceu ali o Circuito Petrobras de Vela naquele mesmo fim de semana.

Estrada para Porto do Mangue - mar e dunas

Estrada para Porto do Mangue - dunas e falésias

No dia seguinte, seguimos por uma estrada originalmente construída pela Petrobras entre o mar, dunas, falésias e salinas - uma das vistas mais incríveis da viagem - até chegar a Porto do Mangue

Porto do Mangue - RN (Lá no fundo as montanhas de sal)

De lá seguimos para Pendências de onde atravessamos para conhecer Galinhos. Para chegar lá, deixa-se o carro num estacionamento e segue-se de barco. Lá chegando, pegamos o passeio tradicional de charrete pela praia até o farol (nada demais). Não conseguimos comer o famoso peixe-galo e nos disseram que não é comum encontrar - decepção. Esta foi uma das dicas de viagem que garimpamos na internet que menos gostamos. A vila é arrumadinha, a praia é normal e tudo passou bem longe das nossas expectativas.

Farol em Galinhos, RN

Nosso próximo destino foi São Miguel do Gostoso-RN. A cidade está buscando ser uma "nova Pipa", entretanto, a praia de mar aberto não tem os atrativos da original, mas é indicada para esportes náuticos que requeiram vento. Nos hospedamos na Pousada Mar de Estrelas: muito simpática, aconchegante, com café da manhã delicioso e restaurante fantástico!

Praia de Tourinhos - São Miguel do Gostoso, RN

Praia de Tourinhos - São Miguel do Gostoso, RN

Seguindo nosso roteiro, chegamos ao marco zero da BR-101, na região de Touros-RN. Ali encontra-se o Farol de Touros (ou do Calcanhar, como é conhecido). É onde o mapa do Brasil "faz a curva"... Há algumas praias (Calcanhar e Cajueiro) cujo acesso só pode ser feito em veículos 4x4, assim nos informaram.

Marco zero da BR-101 e Farol de Touros, RN

Seguimos para Touros, lá visitamos a praia da cidade e as praias de Perobas e Rio do fogo. Tomamos um banho de mar na praia de Perobas enquanto esperávamos a hora do almoço para comer a lagosta do Sr. Pãozinho, conhecidíssima da região. Ah, também comemos camarão enquanto esperávamos a lagosta... Tudo muuuuito bom!

Orla de Touros, RN

Lagosta na barraca do Sr. Pãozinho
na Praia de Perobas - Touros, RN

Depois seguimos em direção a Natal, parando em Zumbi e no Punaú Praia Hotel para um banho de rio e para o Manoéo se deleitar na tirolesa que havia por lá. Local bem agradável.

Riacho no Punaú Praia Hotel

Já nos aproximando de Natal, passamos por Maracajaú para verificar os horários e condições para mergulho, mas acabamos por não voltar lá nesta viagem. Deixamos Genipabú para a volta. Chegamos a bela Natal-RN no fim da tarde! Fomos direto visitar familiares da Va que nos ofereceram um lanche... quase um banquete! Ai ai... Muitas lembranças da infância! Saímos a noite para um chopinho com duas primas queridas, mas a noite terminou cedo pois sairíamos cedo em direção a Pipa (Tibau do Sul) na manhã seguinte. Era o fim de semana do Festival Gastronômico da Pipa e não queríamos perder um minuto!

Vista da praia de Malembá em Tibau do Sul - RN

Ahhh Pipa. Que lindo que é esse lugar... Aliás, o pedaço mais bonito do roteiro todo! Tem praia de coqueiros, falésias, dunas, riacho, mata atlântica e tudo mais... É um paraíso! A foto abaixo não faz jus a vista maravilhosa que se tem logo na chegada.

Vista da praia das Cacimbinhas, na chegada a Pipa.

E como é bom ter amigos e família por todo lado... Ficamos hospedados na casa de um grande amigo, paulistano que se mandou para Pipa e que tem um cachorrão chamado Storm (imaginem que a Va tem PAVOR de cachorros e o "bichinho" pesa uns 80kg! Storm revelou-se um doce de cão e ficou tudo bem, mas a cara da dela sem querer descer do carro quando chegamos foi sensacional)!

Storm, cão da raça Boerboel (Mastim Sul Africano),
nosso companheiro na estadia em Pipa

Depois de largar a bagagem, fomos passear! Deixamos o carro (obs.: não é para qualquer carro!) no topo das falésias da Praia das Minas e caminhamos até Sibaúma para atravessar a foz do Rio Catú (existe uma balsa, caso a maré esteja alta), almoçar nos quiosques do outro lado e curtir a calmaria. Uma delícia! Peixinho frito, cervejinha gelada, papo nota mil e muita tranquilidade...

Praia das Minas

Caminhando pra Sibaúma

À noite, fomos prestigiar a abertura do 7º Festival Gastronômico da Pipa (atualmente suspenso por questões políticas). Demos uma volta, experimentamos uma cachacinha local e fomos jantar na Costelaria Brasil, cujo prato concorrente era dourado ao molho de cajá e camarão. Que estava bom, mas nada excepcional. Na sequência, fomos tomar um sorvetinho na Sorveteria Artesanal Real de 14 - que estava com uma sobremesa "apenas para constar", pois nada do que era apresentado na divulgação do festival estava disponível para degustação - seguimos para a Preciosa, o sorvete estava tão bom (e o atendimento também!) que voltamos no dia seguinte e voltaríamos todos os dias, se ficássemos mais tempo!

Vista do mirante - Praia do Madeiro ao fundo

Arvorismo no meio da mata (em propriedade privada)

No dia seguinte fizemos uma caminhada que atravessa um pedaço de mata atlântica partindo de um condomínio fechado até a praia. É possível fazer arvorismo, tirolesa e outras aventuras de floresta, mas preferimos apenas seguir pelo chão, até porque estávamos acompanhados do cão... Passamos o dia em uma das extremidades da Praia do Madeiro, afinal, nosso companheiro é muito popular, mas dá medo na maioria das pessoas... E bebe-comemos (mais bebemos que comemos) em uma barraquinha da praia até o entardecer... Curtindo a vida mansa e assistindo alguns golfinhos brincarem nas ondas da praia!!

Vida dura na Praia do Madeiro - Pipa, RN

À noite retornamos ao festival, desta vez para as apresentações de pratos na sede do evento e, como eram apenas comidinhas, seguimos para o Restaurante Vivenda e comemos o prato do festival: Arroz de polvo à vivenda, um risoto de polvo servido dentro de um abacaxi - também achamos a comida gostosa, mas "nada demais" para um festival gastronômico. Como queríamos acordar cedo, não "baladamos" em Pipa. Mas voltamos à sorveteria Preciosa...

Praia principal de Pipa, RN

Pela manhã, fomos à praia central de Pipa, que dá acesso, com maré baixa, à praia do Amor. Lindas como todas da cidade! Depois fomos ao Santuário Ecológico de Pipa, onde há uma trilha por dentro da mata atlântica remanescente com visitas incríveis para o oceano! Caminhada tranquila, com alguns mirantes de onde observamos tartarugas gigantes e golfinhos. Pegamos o caminho de volta, com a certeza que voltaremos com mais tempo para Pipa e sua diversidade! Faltou tempo para cair na balada e morgar por mais tempo na praia...

Vista da Baía dos Golfinhos no Santuário Ecológico de Pipa

Vista da Baía dos Golfinhos no Santuário Ecológico de Pipa

De volta a Natal-RN, chegamos lá pela hora do jantar e paramos logo no famoso, recomendado e que a Va a-do-ra Camarões Restaurante. Começamos pelo pastel de camarão e depois comemos o Camarão Seridó, servido sobre arroz de leite com pedaços de queijo coalho.  Está com água na boca? Não tem o que dizer... A fama do lugar já diz tudo. Comemos tanto que não teve espaço para a sobremesa!

Chegando a Natal pelo litoral sul

Vista da ponte Newton Navarro e dunas de Genipabú ao fundo

No dia seguinte, após um passeio pela via costeira e centros de artesanato, tentamos, sem sucesso, visitar o Farol de Mãe Luísa (no qual, tempos atrás, o pai do Manoéo se agarrou ao olhar o tamanho do guarda corpo quando chegou ao topo). Na sequência, como todas as nossas viagens são etílico-gastronômicas, seguimos para o Mangai que é referência em comida nordestina. Um bufê gigantesco com tudo que você puder pensar que faça parte do cardápio sertanejo nordestino - para morrer de comer! Por onde começar? Nem sabemos... Mas a Va garante que se terminar pela cartola ou tapioca de coco com leite condensado de sobremesa, ninguém se arrepende! Ai... 

Ô gente feliz... rs...

Estávamos deixando Natal e não poderíamos deixar de ir a Genipabú, mas foi um tanto decepcionante pois as dunas não tem mais a imponência de anos atrás. Nos foi explicado que a construção de casas no caminho entre o mar e o parque atrapalha a deposição de areia trazida pelo vento, e que diariamente fazem o transporte do que se acumula nos muros das casas até as dunas... Mas andar de buggy em dunas é sempre uma boa pedida, ainda mais com a beleza de Natal ao fundo!

Em Genipabú

Em Genipabú com Redinha e Natal ao fundo

Como a ida foi pelo litoral, o retorno a Fortaleza fizemos pelo interior, passando por Mossoró, cidade onde a Va morou quando criança. A cidade é grande, bem arrumadinha. 

Pôr do sol na estrada a caminho de Mossoró, RN

Tomamos uma cervejinha no Corredor Gastronômico da Av. Rio Branco (corredor cultural da cidade) que é uma praça de alimentação ao ar livre e fica ao lado do Memorial a Resistência (ao Cangaço) e próximo ao Teatro Municipal. Depois fomos comer uma pizza e procurar um hotel para descansar para encarar a parte final da viagem no dia seguinte.

Memorial a Resistência - Mossoró, RN

Demos uma paradinha rápida em Cascavel-CE para visitar o centro de artesanato (na época, a Va tinha uma loja).

Artesanato em Cascavel, CE

Já em Fortaleza, voltamos a Barraca Marulho, pois queríamos comer outro prato do cardápio: Camarão ao molho servido no coco verde, acompanhado de arroz de castanha de caju! Hmmm... Sensacional!

Camarão no coco verde da Barraca Marulho - Fortaleza, CE

c'est fini nosso segundo trecho do litoral do Nordeste brasileiro. O primeiro foi de São Luis-MA a Jericoacoara-CE (2009) que em breve publicaremos.

Até o próximo post!