15 dias na Itália - 1 dia no Vaticano

Roteiro realizado em Ago-Set/2011

Preferimos separar este post para Roma não ficar cansativa! Então vamos lá...

O nosso Sábado na "Cidade Eterna", na verdade foi dedicado ao Stato della Città del Vaticano. Pois bem... Chegamos cedo, achando que pegaríamos menos fila... Ha-ha! A fila quilométrica dava a volta em parte do muro da cidade! Mas fila à parte, o dia era para isso. Cá estamos, fila andando até numa velocidade razoável, enquanto somos abordados por várias figuras querendo vender uma visita guiada através de uma das várias agências existentes nas proximidades do local, cujos agentes ficam 'caçando' clientes na fila. Muito papo, até que fomos convencidos por um brasileiro. Rs... Nós arriscamos... Deu certo, mas ficamos bem desconfiados até entrar!

Piazza di San Pietro - Cidade do Vaticano.

Na realidade, a visita guiada pode ser agendada através do website do Vaticano ($31) e vai eliminar apenas uma das filas, a da compra do bilhete, mas esta também pode ser eliminada comprando seu ticket online ($15). A segunda fila é inevitável, pois é a da fiscalização. De qualquer maneira, a visita guiada vale a pena pelas explicações, mas se preferir, alugue um audioguide ($7). Aquele lugar lá é um mundo à parte!

Museus do Vaticano - Cortile della Pigna.

Uma vez lá dentro, nossa visita teve início pela Cortile della Pigna, um grande pátio interno, onde nossa guia nos deu algumas explicações gerais antes de passarmos aos Musei Vaticani. Essa visita é padrão e percorre as principais salas dos museus em, aproximadamente, duas horas: Museo Pio Clementino, Gallerie dei Candelabri, degli Arazzi e delle Carte Geografiche, Stanze di Raffaello e a Cappella Sistina. Uma coleção de arte incrível! Além dessas, você ainda pode visitar o museu egípcio, a pinacoteca e outros.

Esculturas diversas e cardápio em mosaico - Museo Pio Clementino.

Para nós, o que mais impressionou mesmo foram os tetos, pisos e afrescos!  Tudo muito trabalhado, cheio de detalhes e efeitos interessantes. No teto da galeria das tapeçarias, as pinturas em perspectiva dão a nítida impressão que se tratam de esculturas! Nos museus é permitido tirar fotos, mas sem uso do flash.

Tetos nos Museus do Vaticano.

Teto PINTADO da Gallerie degli Arazzi (tapeçarias).

Depois disso, você fica livre para passear por outras salas de exposição e/ou, enfim, passar pela  Cappella Sistina (sem fotos!) e de lá para a Basilica Papale di San Pietro.

Gallerie degli Arazzi (tapeçarias).

Afrescos na Stanze di Raffaello.

A Basílica de São Pedro é algo indescritivelmente impressionante! Além de enorme, tudo é pintado, decorado, esculpido e com muito ouro! Lá dentro, está a Pietà de Michelangelo, toda envidraçada e atrás de uma corda de isolamento que não deixa chegar muito perto, mas assim mesmo encanta.
 

Nave principal da Basílica de São Pedro (esq.) e a Pietá (dir).

Além dela, há outras esculturas super detalhadas e a cúpula gigantesca, projetada também por Michelangelo, toda em mosaico com imagens dos evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João), uma passagem da bíblia sobre Pedro,  imagens de Jesus, Maria, João Batista, São Paulo, os 12 apóstolos e, na parte mais alta, Deus Pai.

Cúpula da Basílica de São Pedro.

Esculturas na Basílica de São Pedro.

Saímos pela Piazza San Pietro e tivemos a oportunidade de assistir à troca da guarda do Vaticano. Nada demais, mas foi interessante e até engraçado ver os rapazes naqueles trajes coloridos naquele ritual.

Troca da guarda do Vaticano.

Fachada principal da Basílica de São Pedro.

Saímos em direção ao Castel Sant'Angelo (Roma) e seguimos nosso passeio, voltando à região do Coliseu para comer.

Castel Sant'Angelo visto da outra margem do Rio Tibre.

Tentamos almoçar novamente na Hostaria Isidoro, mas estava fechada então paramos na Trattoria Luzzi ($) que fica na mesma rua e também estava indicada no nosso guia de bolso. Vinho da casa, pão e água... O Manoéo pediu coda alla vaccinara ($8), um prato tipicamente romano... Leia-se rabada! E a Va pediu bucatini all'amatriciana ($6). A comida estava boa e o atendimento foi 'ok'. Ótimo custo-benefício!

No fim do dia passamos mais um tempo no bar do hostel e fizemos uma boquinha de pizza free. Mais tarde, para o jantar, perguntamos na recepção, onde seria o point dos romanos e o pessoal nos indicou o bairro de Trastevere. Para lá não há metrô, mas foi só tomar um ônibus na Termini e chegamos lá rapidinho. Como não nos deram nenhuma indicação específica, o Manoéo resolveu perguntar aos locais. Em resumo, o jantar nem foi tão bom... Tanto que não lembramos o nome do restaurante. A Va se lembra de ter pedido um nhoque que não estava bom... Mas depois do gnocchi perfeito de 5 Terre, ia ser difícil mesmo...

Você tem alguma dúvida? Veja se o 1º post desta série esclarece. Ou mande uma mensagem que a gente tenta responder! Aceitamos sugestões também... Na próxima passagem por lá a gente experimenta! ;)

Próxima estação: Napoli.


OBS.: Os valores representados com um "$" são em EUROS e as diárias dos hotéis são para quartos duplos e privativos (suítes). Os demais valores são por pessoa ou passageiro (pax).

15 dias na Itália - 2,5 dias em Roma

Roteiro realizado em Ago-Set/2011

Nossa porta de entrada para Roma foi a estação principal e terminal intermodal, Roma Termini, que está localizada no coração da cidade. A estação é enorme, bonita e melhor que muitos aeroportos que conhecemos por aí!

Nos hospedamos no Alessandro Palace Hostel & Bar ($110), escolha feita pela proximidade da estação e pelo bar, pois nos daria a possibilidade de conhecer outros viajantes. O hostel fica literalmente a três quadras da Termini em linha reta! Uma maravilha! Foi onde gastamos mais com este item, mas foi uma opção consciente e não nos arrependemos. Ótima suite, café da manhã incluído e elevador para subir com a bagagem! A dica é pesquisar muuuito. Tenha em mente que a cidade é grande, cara e há muito para ver, então estar bem localizado é essencial! Se você optar por ficar mais afastado do centro, procure hotéis próximos às estações do metrô.

Coliseu visto do terraço do monumento Il Vittoriano.

Como chegamos antes do previsto, aproveitamos o tempo extra para lavar as roupas do Manoéo ($7) numa lavanderia ali próximo e descansar. Decidimos ficar por ali mesmo para guardar energia para a programação do dia seguinte. Nesta noite jantamos na Trattoria I Leoni D'Abruzzo que fica ao lado do hostel. Infelizmente não temos lembrança do que comemos, mas estava muito bom, tanto que jantamos lá uma segunda vez. Depois voltamos para o bar do hostel e ficamos tomando cerveja e batendo papo com o staff e quem mais passou por lá.

Nossa aventura romana começou cedo! Caminhamos até o metrô Termini  pois nosso destino era a região do Foro Romano e Colosseo, nossas primeiras vítimas. No caminho, passamos por uma banca que vendia o Roma Pass ($30) e compramos os nossos. Este cartão é válido por 3 dias e dá isenção de entrada nos dois primeiros museus ou sítios arqueológicos visitados, uso dos transportes públicos dentro da cidade, descontos nos demais museus, bem como outros benefícios. Além disso, dá acesso a uma entrada separada, sem fila, no Colosseo! E a fila é gigantesca! - Muito obrigado ao amigo 'Samuca' pela preciosa dica! - O cartão vem numa pastinha e inclui um mapa turístico, lista de instituições participantes, guia de eventos e descontos, etc. A validade é até meia-noite do terceiro dia.

Roma: Arco di Costantino ao fundo.

Com o nosso Roma Pass em mãos, pegamos o metrô até a estação Colosseo. É nessa região que estão as principais atrações turísticas da cidade. Uau! Que sensação indescritível ver aquelas obras milenares! Demos uma volta rápida e decidimos deixar o Coliseu para depois do almoço. Primeira parada, rápida, no Arco di Costantino. Fica bem ao lado do Coliseu e foi construído no séc. IV em comemoração a vitória de uma das batalhas do imperador de mesmo nome. A peleja está representada nos entalhes do arco. É um dos três "arcos triunfais" ainda de pé em Roma (fonte: Wikipedia).

Vista parcial do Foro Romano pelo Campidoglio - Colosseo ao fundo.

O Foro Romano é a área em torno da qual cresceu a Roma Antiga. Era o centro das atividades sociais, comerciais e administrativas. O lugar é enorme e o piso é, na maior parte, de terra batida! Se for no verão, como nós, prepare-se para caminhar muito num sol de rachar! Vá de tênis, leve água e aproveite as fontes que tem por lá para reabastecer. Augue um audioguide ($6), carregue (grátis) no seu celular ou compre algum impresso que explique o que é o quê, pois a maioria das estruturas está em pedaços e é complicado visualizar e entender como funcionava o lugar.

Basilica de Massenzio (esq.), Tempio dei Dioscuri e Arco di Settimio Severo

Saímos de lá e fomos almoçar num restaurante indicado no guia de bolso que tínhamos conosco. A Hostaria Isidoro tem uma fachada discreta, mas simpática e é famosa pelo 'rodízio' de massas. Funciona assim: você escolhe a quantidade de massas que quer comer, os tipos e molhos vem ao gosto do chef. Como de praxe, as primeiras coisas que caem na mesa são água e pão. Pedimos vinho da casa ($5/L)  e, por recomendação do garçom, a opção com 4 massas ($15). Vejam as fotos aí embaixo...

Orecchiette com mariscos, penne com nozes...

Tudo estava SEN-SA-CIO-NAL! Tão bom que o maluco do Manoéo resolveu pedir a 5ª massa (+$3)... Não precisava, é claro! E nós quase morremos de tanto comer! Foi tanta comida que a gente não conseguia mais ficar sentados! Você já passou mal de tanto comer?? Pois é...

Tortelli di bufala (esq.), tagliatelline com mexilhões e tagliatelle com tomates e ervas.

Então fomos para o Colosseo e aproveitamos a vantagem de entrar sem fila com o Roma Pass.
 
Pelos deuses da arquitetura e da engenharia, que coisa sensacional! O edifício obviamente impressiona pelo lado de fora, mas é lá dentro que se vê a genialidade daquele projeto. Não vamos ficar aqui explicando, afinal basta assistir o filme Gladiador (2000) para ter uma ideia bem clara de como era e funcionava a arena.

Coliseu por dentro.

Ficamos boquiabertos. A Va, que estudou o tema na faculdade de Arquitetura, ficou emocionada ao ver tudo aquilo bem ali na sua frente. É muita tecnologia para alguma coisa que tem quase dois mil anos de existência! Não é à toa que os Romanos revolucionaram a construção civil. "Os arquitetos trabalhavam com dois novos materiais de construção: o opus caementicium (concreto armado) e olatericium (ladrilho que tinha mais versatilidade). Com combinação dos dois novos materiais era possível construir obras de enormes dimensões e ao mesmo tempo leves" (fonte: Wikipedia). O Manoéo também ficou de cara com as pedras gigantescas sobrepostas e com os arcos de pedras encaixadas!

Coliseu - pedra, tijolo e argamassa.

O Colosseo foi construído assim, usando pedra, tijolo e revestimento em mármore, bem diferente dos Gregos, por exemplo, que construíam seus grandes edifícios em pedra. Tinha capacidade para 50 mil espectadores e o hypogeum (porão) era uma obra à parte. É uma pena que esteja tão arruinado. Seria muito interessante poder ver como funcionavam as engenhocas que existiram ali. Havia até um sistema que transformava o piso num lago para a realização de batalhas navais!

Coliseu por dentro - outra vista.

Saímos de lá em direção ao Il Vittoriano, um monumento ao primeiro rei da Itália unificada, Vittorio Emanuele II. Queríamos ver Roma lá do alto! No caminho, pela Via dei Fori Imperiali, passamos por um paredão onde há 4 mapas mostrando a expansão do Império Romano. Aparentemente, haveria um quinto mapa com as conquistas da "Itália do Eixo".

Praça dos mapas na Via dei Fori Impariali (esq.) e Il Vittoriano ao fundo (dir.).

Circulamos por fora do Foro Romano e vimos outras áreas de escavação a que não se tem acesso e chegamos ao 'monstro branco'. Aparentemente essa construção não é muito bem vista pelos italianos e realmente ela destoa do resto em volta. Fomos direto para o elevador ($7). Há um café (carésimo!) e diversos museus que não visitamos. A vista é demais! Dá para ver até a cúpula da Basílica de São Pedro (Vaticano). Lá de cima dá até para entender porque todos acham Vittoriano sem sentido... A cidade é toda cor de tijolo e o branco do mármore que reveste o monumento chega a doer nos olhos! 

Roma vista do terraço do Il Vittoriano. Cúpula Bas. São Pedro ao fundo à esquerda.

Seguimos nossa caminhada em direção ao Pantheon e no caminho cruzamos com a  Origini Gelaterie onde, provavelmente, tomamos o melhor sorvete da viagem! Entramos porque o lugar é simpático e descobrimos que o staff também! Experimentamos alguns sabores e saímos de lá com dois sorvetões na mão! MA-RA-VI-LHO-SO!

Sorvete da Origini.

A visita ao Pantheon (grátis) é rápida. O edifício é famoso por sua cúpula, e realmente ela impressiona... Principalmente, quando você lembra que ela foi construída em 27 a.C.! O Panteão foi originalmente um templo dedicado aos deuses pagãos e posteriormente transformado em templo cristão.

Cúpula do Pantheon.

Fachada do Pantheon.

A próxima parada foi a tão famosa Fontana di Trevi, que ficou prejudicada pelo tanto de gente que tinha em volta, mas até que conseguimos algumas fotos razoáveis... E tomamos nosso caminho de volta para o hostel, passando ainda pelo Obelisco di Montecitorio, na praça de mesmo nome, que é na verdade um obelisco egípcio, levado a Roma pelo Imperador Augusto para servir como relógio de sol.

Fontana di Trevi - foto parcial.

Como estávamos mortos de cansados, jantamos novamente ao lado do hostel na Trattoria I Leoni D'Abruzzo. Pedimos pratos tipicamente romanos: Manoéo foi de tripa alla romana, que é uma dobradinha com molho de tomate, e a Va de pasta alla carbonara. Tudo excelente! Depois ficamos lá pelo Alessandro's bar mesmo. Foi super divertido! Tomamos muita cerveja e batemos muito papo com gente de tudo quanto foi canto desse mundão! O mais engraçado foi ficar conversando um tempão, em inglês, com um pessoal e descobrir lá pelas tantas que eram Portugueses! rs...

Obelisco di Montecitorio, na Piazza di Montecitorio.

Nosso Sábado foi dedicado ao Vaticano, que vamos detalhar no próximo post.

No Domingo, decidimos fazer um passeio alternativo que constava no nosso guia e o Manoéo se interessou. Visitar as Catacombe di San Callisto, que são conhecidas porque abrigavam os túmulos dos Papas do Sec. II ao IV. Há diversas catacumbas em Roma, esta é a mais conhecida e fica ao longo da Via Appia Antica, que foi a primeira estrada pavimentada do mundo. Para chegar lá já foi uma novela! Fomos de metrô e ônibus, mas perdemos um tempão porque nos perdemos e andamos mais do que o necessário, é claro! Mas chegamos...

Cripta dos Papas (esq.), galeria "Area A" e Cripta de Sta. Cecília (dir.)

Fonte:  http://www.catacombe.roma.it

A visita é guiada ($8) e os guias formam grupos de acordo com alguns idiomas (até polonês! Mas português ainda não). Tudo super organizado (site)! Há uma introdução que dura aproximadamente 30 minutos e em seguida o grupo desce pelos corredores gelados (17°C constantes) das catacumbas, sempre atrás do guia para ninguém se perder. O itinerário inclui a Cripta dos Papas, a Cripta de Sta. Cecília, as Celas dos Sacramentos (túmulos de famílias), a Cripta di San Gaio e a Cripta di Sant'Eusebio. Não se pode fotografar, portanto, as fotos aí acima são do site oficial.

De lá voltamos à cidade para seguir o roteiro do guia de bolso e visitar outras atrações 'mórbidas' que não valeram a pena. Hoje, a Va acha que teria sido mais interessante seguir pela Via Ápia em direção à cidade e visitar as Terme di Caracalla. Fica para a próxima visita a Roma.

E mais uma vez, chegamos mortos de cansados e decidimos jantar ali ao lado do hostel. Como a trattoria estava fechada, fomos num outro restaurante por ali mesmo, onde comemos bem, mas nada excepcional. Depois disso, cama! Nosso trem saía as 9h39 da manhã seguinte.

Você tem alguma dúvida? Veja se o 1º post desta série esclarece. Ou mande uma mensagem que a gente tenta responder! Aceitamos sugestões também... Na próxima passagem por lá a gente experimenta! ;)

Próxima estação: Napoli.


OBS.: Os valores representados com um "$" são em EUROS e as diárias dos hotéis são para quartos duplos e privativos (suítes). Os demais valores são por pessoa ou passageiro (pax).